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dezembro 30, 2006

Os fritos de Natal

Aqui vai uma curiosidade gastronómica, evocada pela época. Certamente que os meus leitores continentais já devem estar enjoados de tanto sonho, tanta rabanada, tanta filhó. Nas minhas ilhas do paraíso, também enjoam, mas não agora, é no carnaval. Nunca consegui perceber a origem histórica de costumes tão diferentes, com a mesma base gastronómica. As receitas são quase idênticas, embora nos Açores ainda hoje se façam coisas tradicionais portuguesas já um pouco esquecidas cá, como os coscorões e as rosas do Egipto (com um ferro próprio).

Únicas, entre os fritos de carnaval, são as "malaçadas" de S. Miguel, uma delícia. Escrevi entre aspas porque ou são melaçadas, o que me faz mais sentido, quando se usava o melaço, sendo o açúcar produto precioso de exportação, ou mal-assadas, coisa estranha em relação a fritos. Aqui fica a receita. É muito simples de fazer, não tem truques, é das coisas da minha terra de que não me lembro de que alguém tenha segredos, ao contrário dos sonhos da minha avó (vou dar umas dicas ao Avental).
2 kg de farinha, 6 cs de açúcar, 12 ovos, 125 g de manteiga, 125 g de banha, 2,5 dl de leite, 2,5 dl de água, 40 g de fermento de padeiro diluído, 1 cálice de aguardente.
Bater tudo muito bem até a massa estar fina e deixar levedar, embrulhada num pano. Cortar ao tamanho de um bife e deixar o centro mais fino que os bordos. Fritar em óleo bem quente. Servir frias, polvilhadas com açúcar.

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