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maio 07, 2006

Conventual

No Expresso de há uma semana, a crónica de José Quitério versava o velho Conventual. Diz-me muito. Há muitos anos, partilhando com a minha mulher, no nosso início de vida, o gosto de bem comer mas também as posses magras, tínhamos um hábito: uma vez por ano, o Tavares ou o Aviz, de dois em dois meses, o Conventual, que era para nós o compromisso de uma grande cozinha aceitável com um orçamento reduzido. Há muito tempo que lá não vou, perdido por outras experiências, talvez não tanto gratificantes.
"Se os registos estão em ordem, foi em Junho de 1981 que, no nº 45 da Praça das Flores, abriu as portas o Restaurante CONVENTUAL. A fundação coube a Jorge Vale, ex-actor de teatro convertido à cozinha e à restauração (falecido há poucos anos), que antes, sozinho ou em sociedade, já inaugurara a Casa de Pasto Flor da Castilho, a Casa da Comida e o Xêlé Bananas. Conjugando a beleza da instalação com a originalidade da carta e o nível da cozinha, logo atraiu um coro antifonário de ámenes e hossanas. Em 1983,Jorge convidou Maria Leopoldina Marques para a gerência, e seria esta senhora, mais conhecida por D. Dina, que haveria de se tornar a única proprietária, gerente e responsável pela imagem culinária da casa. Tal como hoje."
Todos os velhos clientes se lembram da D. Dina, que nos recebia à porta, sugeria um aperitivo no bar e logo discutia a escolha da refeição, que se aguardava tranquilamente com um Madeira. Dito isto, vou transcrever da crónica de José Quitério a ementa actual porque, sem a conhecer, me parece segura para quem não quiser arriscar. É clássica e, se a cozinha continuar com a qualidade que conheci, promete:
FRESCOS E SALADAS: salmão fumado (€I6), coxa de rã Convento de Estremoz (€I6), espargos com molho de vilão (€13), salada Frei Hortelão (€7), salada de camarão com molho de queijo (€14), espadarte fumado (€16), carapaus de escabeche (€7,50), caracóis Papa de Avignon (€I6), angulas Cruzados de Compostela (€31), pâté caseiro (€6,50), abacate com camarão (€13), concha de marisco gratinada, (€13) e ostras frescas (€10).
OVOS: claustrais D. Branca de Lorvão (€7,50), ovos mexidos com espargos (€7), ovos à portuguesa (€7,50) e omoleta de gambas (€9).
SOPAS: gaspacho (€3,75), creme de legumes (€3,25), monja do Convento de Bedo com molho de mariscos (€20), creme de coentros (€3,75) e creme de camarão (€4,25).
MARISCOS: amêijoas à Capelão de Sines (€18,50), cocktail de gambas (€I6) e gambas fritas com alho (€I6).
PEIXES: gambas em caril (€I6), arroz de marisco à Cabo de São Vicente (€33h p.), bacalhau de coentrada (€15), tamboril com alho francês (€21), tarte de bacalhau (€14,50), bacalhau com natas(€14).
CARNES: perdiz estufada (€26), empada de faisão e perdiz (€23), pato com champanhe e pimenta rosa (€20), coelho frito à Abade de Montemor (€15), lombo de porco Cura de Alpedrinha (€13), migas com entrecosto (€14), bife à antiga (€18), bife Cura de Cebolais (€18), bife duas pimentas (€18), bifinhos de vitela com mostarda> (€17), bife com salada de legumes (€15,50) e ensopado de borrego São José de Peramanca (€15).
AUTOS-DE-FÉ (terrífica denominação, capaz de provocar nostalgias a certos antístites, aqui aplicada ao santo ofício dos grelhados): linguado (€17,50), camarão com molho 1498 (€28,50), costeleta de novilho (€16,50), bife à Padre Piedade (€17), garoupa ou cherne (€20), costeletas de borrego com molho de hortelã (€15).
Tenho de voltar ao Conventual, com o respeito com que visitamos os monumentos da nossa juventude. Hoje, também já tenho meios de poder voltar ao meu mítico Tavares, o tal de ida anual, em aniversário de casamento, bem enfarpelados os dois, que o dia era de festa. Dizem-me que já é só isto, um mito. Que pena!

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