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fevereiro 19, 2006

Vinhos monocasta ou multicasta?

Começam a ser frequentes os vinhos monocasta (isto é, feitos só com uvas de uma única casta), de grande qualidade, produzidos por empresas conceituadas, sem esquecer o já velhinho Periquita. A Casa Cadaval tem vinhos monocasta tintos, Cabernet Sauvignon, Trincadeira, Pinot Noir e um branco Fernão Pires. A Herdade do Esporão produz monocasta Syrah, Verdelho (do continente, não confundir com os das ilhas), Bouschet, Aragonês, Trincadeira e Touriga Nacional. E há mais.

Leio com frequência escritos que reflectem algum menosprezo por estes vinhos. O argumento é que só é equilibrado um vinho que conjugue o melhor das características de várias castas. Imagino que o trabalho com várias castas seja o que dá maior prazer ao enólogo, mas também um bom enólogo provavelmente sente o desafio de ter de lidar com as características positivas e negativas de cada casta.

Creio que o monocasta também defende o consumidor menos conhecedor. Se provou um Cabernet e gostou, tem boa probabilidade de dar o seu dinheiro por bem empregado ao comprar qualquer Cabernet. Apostar num multicasta, ao preço a que estão os bons, pode ser uma lotaria.

Ontem, tive um óptimo jantar com amigos, em Guadalupe, perto de Évora. O nosso anfitrião serviu dois tintos, ambos Esporão, de 2003: um Syrah e um Vinha da Defesa. A opinião foi unânime: todos preferimos largamente o Syrah.

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